Á medida que a inflação cresce em espanha, dados de China e Japão espelham abrandamento

Outubro 01, 2021 02:09

Nas sessão de ontem como na de hoje, o calendário macroeconómico esteve repleto de notícias importantes que continuam a confirmar os problemas de que nos temos apercebido nas últimas semanas. Nomeadamente, o crescimento da inflação e o abrandamento económico causado, entre outras coisas, pela crise energética e pelas consequências da pandemia.

Como mencionámos na análise de ontem, o mercado aguardava o desfecho das negociações nos Estados Unidos, entre democratas e republicanos, sobre a elevação do teto da dívida para evitar o incumprimento das suas dívidas. Embora alguns meios de comunicação comentem que este acordo tem sido difícil de firmar, a realidade é que a Câmara dos Representantes dos Estados Unidos detém maioria democrata, portanto nemhum outro resultado é esperado. Principalmente considerando que, se este acordo não tivesse ocorrido, a sua própria recuperação económica seria comprometida. Apesar disso, a iniciativa obteve 212 votos contra.

Em relação aos dados macroeconómicos, durante a sessão de ontem tomámos conhecimento que o número preliminar de inflação para Espanha se encontra bem acima das expectativas de mercado de 4%, atingindo um valor não visto em 13 anos. Este forte crescimento da inflação é uma consequência clara do forte aumento dos custos de energia e, consoante comentámos na análise de última terça-feira, esta crise energética poderá ser o cisne negro que alavanca quedas no mercado, portanto, teremos que estar muito atentos à sua evolução.

Durante a sessão de hoje, assistimos ao comunicado de vários e importantes dados macroeconómicos da Ásia e da Europa. Se nos concentrarmos na Europa, podemos observar que a taxa de desemprego alemã foi pior do que o esperado, a 5,5%, contra os 5,4% esperados. No Reino Unido, ficámos a saber que, durante o segundo trimestre, o PIB cresceu 5,5%, 0,7% a mais do que o previsto, estabelecendo um crescimento anual do PIB para 23,6%.

Se nos focarmos na Ásia, devemos olhar aos dados da China e do Japão, com destaque para o PMI de produção da China e o índice de produção industrial e vendas varejistas do Japão.

Pelo terceiro mês consecutivo, o PMI de produção da China não é apenas pior do que o valor do mês anterior, mas também pior do que o esperado pelo consenso de mercado. Neste caso, o PMI entrou em território contracionista ao acomodar-se abaixo dos 50 pontos, atingindo os 49,6 pontos.

Fonte: Investing.com

 

Do lado japonês, tanto o índice preliminar de produção industrial como as vendas varejistas foram também piores do que no mês passado e também piores do que o esperado pelo consenso de mercado, a -3,2%. O índice de produção industrial era esperado a -0,5%, após -1,5% no mês passado. As vendas varejistas caíram de 2,4% para -3,2%, ante o esperado -1%.

Após estes resultados, o índice Nikkei continuou com a correção do último ímpeto de alta, que o levou a atingir os seus máximos anuais, caindo 0,31% na sessão de hoje.

Se olharmos ao seu gráfico diário, podemos ver que a coletiva japonesa experimentou um forte impulso de alta que a levou a atingir os seus máximos, representados sua resistência(faixa verde), onde iniciou uma correção, formando um double top.

Esta correção fez com que o preço enfrentasse o seu nível de retração de Fibonacci de 38,2%, após cair abaixo de sua média móvel a 18 sessões(a branco), abandonando o estatuto de overbought após as fortes altas no início do mês.

É importante ficar atento a este importante nível de suporte, pois uma quebra do mesmo poderia desencadear uma nova correção em busca da área coincidente com a sua linha de tendência de baixa, rompida no início do mês, e o nível de retração de 50% de Fibonacci.

No entanto, se o preço se mantiver capaz de manter estes níveis, poderá ser um bom ponto para uma nova ascensão até junto da zona do double top, que atua como o seu principal nível de resistência.

Fonte: Plataforma MetaTrader5 da Admirals. Gráfico diário JP225. Intervalo de dados: 25 de Agosto de 2020 a 30 de Setembro de 2021. Gráfico elaborado a: 30 de Setembro de 2021. O desempenho anterior não é um indicador confiável de resultados futuros.

Evolução dos últimos cinco anos:

  • 2020: 16,01%
  • 2019: 18,20%
  • 2018: -12,08%
  • 2017: 19,10%
  • 2016: 0,42%

Sobre a Admiral Markets

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Roberto Rojas
Roberto Rojas Analista Financeiro, Admirals Espanha

Roberto é Analista Financeiro com certificado de European Financial Advisor. Em 2013 graduou-se como Expert Manager em Ações com Derivativos nas Bolsas de Valores e Mercados Espanhóis. Trabalha na Admirals desde 2013.