Conheça as diferenças: Renda Fixa e Renda Variável

Carolina Caro Mora
12 Min leitura
O que é renda fixa e renda variável? A renda fixa é um empréstimo que proporciona uma rentabilidade periódica em troca, enquanto a renda variável envolve a compra de uma parte de uma empresa com a esperança de que a mesma ganhe valor no futuro.

O que é renda fixa e renda variável

O que é uma renda? A renda é o fluxo de rendimento recebido pelo uso ou aluguer de fatores produtivos, como capital ou trabalho. Um exemplo de rendimento auferido seria um salário, enquanto o rendimento dos seus investimentos seria um exemplo de rendimento de capital. No mundo dos investimentos, os rendimentos de capital costumam ser classificados em renda fixa e renda variável.

O que é Renda Fixa?

A renda fixa pode ser definida como um investimento num instrumento financeiro que reporta uma rentabilidade previamente conhecida durante um período de tempo determinado. Trata-se de emprestar o seu dinheiro sabendo que algum tempo depois irá recebê-lo de volta e durante esse tempo receberá algum tipo de bónus pelo seu sacrifício.

O que é Renda Variável?

A renda variável é um investimento num instrumento financeiro que potencialmente proporcionará uma renda indeterminada por um período indeterminado. Ou seja, ao investir numa renda variável torna-se proprietário de um ativo e usufruirá dos direitos de proprietário, assumindo ao mesmo tempo o risco de incerteza na evolução futura do ativo.

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Instrumentos de Renda Fixa e Variável

Existe um grande número de instrumentos de investimento, que podem ser divididos consoante pertençam ao grupo de renda fixa ou de renda variável:

  • Dentro da renda fixa estão a dívida soberana ou a dívida privada;
  • Na renda variável existe uma ampla gama de instrumentos que serão detalhados a seguir.

Além disso, recentemente foram desenvolvidos instrumentos híbridos que apresentam características de ambos os tipos de renda.

Tipos de Renda Fixa

De forma geral, podemos dividir a Renda Fixa nos seguintes tipos:

Dívida soberana

A dívida soberana é um tipo de renda fixa que se caracteriza porque o emissor é o Estado. A dívida soberana é normalmente classificada de acordo com a sua maturidade, distinguindo-se entre:

Tipos de Dívida Soberana
Certificados de Aforro Títulos de renda fixa emitidos com desconto de curto prazo, geralmente 3, 6, 9, 12 e 18 meses.
Certificados do Tesouro Títulos de rendimento fixo com maturidade de médio prazo que varia entre dois e cinco anos, geralmente emitidos a 2, 3 e 5 anos.
A rentabilidade das obrigações depende de dois factores, o desconto e o cupão que lhe está associado.
O desconto corresponde à diferença entre o preço de venda da obrigação e o seu valor nominal, que será recuperado no vencimento. Às vezes, o preço do título pode ser superior ao valor de face; nesses casos, é chamado de título de capitalização ou cotado com prêmio.
O cupão: são os pagamentos estabelecidos pelo emissor ao titular do título. Estes podem ser fixos, flutuantes ou zero.
Obrigações do Tesouro São títulos de renda fixa semelhantes aos certificados do tesouro, mas com vencimentos de longo prazo, superiores a 10 anos, geralmente 10, 15 e 30 anos.

Dívida privada

A dívida privada é uma modalidade de renda fixa que se caracteriza pelo fato de o emissor ser uma empresa privada. Pode ser classificado em Corporativa (títulos de dívida emitidos por empresas privadas cuja atividade principal não seja financeira) e Bancária (títulos de dívida emitidos por entidades financeiras).

Tipos de Dívida Privada
Corporativa Notas de pagamento. São instrumentos privados de renda fixa emitidos com desconto e com periodicidade inferior a dois anos. Semelhante aos certificados do tesouro.
Títulos e obrigações corporativas. Semelhante aos títulos e obrigações do Estado, mas emitidos de forma privada.
Bancária Certificados de hipoteca. É uma modalidade de renda fixa emitida por uma instituição financeira na qual a instituição financeira vende ações de um conjunto de hipotecas.
Depósito. A custódia do dinheiro de um cliente por uma instituição financeira em troca de uma rentabilidade estabelecida por um determinado período.

Classificação da Renda Variável

Esta categoria inclui todos os investimentos em ativos onde a recuperação do capital investido e a rentabilidade não estão garantidas ou limitadas no tempo.

A liquidez é a velocidade com que um ativo financeiro pode ser convertido em dinheiro. A renda variável pode ser classificada com base na sua liquidez em:

Investimentos cotados com alta liquidez
Ações É um ativo financeiro que representa uma parte de uma empresa, convertendo o comprador em sócio e conferindo-lhe direito de voto e sobre parte dos lucros da empresa.
Mercado de Câmbio É conhecido como mercado Forex. Trata-se de um investimento em moeda diferente da do depositário, com expectativa de obtenção de uma revalorização.
Índices Trata-se de investir em índices de bolsa, geralmente com o objetivo de obter uma revalorização.
Matérias-primas Investimento em futuros de matérias-primas.
ETFs Fundos negociados em bolsa que reproduzem o comportamento de um índice ou setor do mercado de ações.
Criptomoedas Estas são novas moedas digitais que utilizam sistemas de criptografia para fornecer formas de pagamento mais seguras. O seu funcionamento é semelhante ao do mercado de câmbio.
Derivados Financeiros São investimentos cuja rentabilidade depende da evolução de outro ativo. Entre outros, os contratos por diferença (CFDs) estão incluídos nesta categoria.
Baixa liquidez ou investimentos ilíquidos
Estado Investimento em propriedades.
Capital de risco Investimento de empresas não cotadas.
Luxo Investimento em ativos não convencionais e considerados como ativos 'porto seguro', tal como arte.

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Instrumentos mistos: Fixa + Variável

São instrumentos financeiros com características típicas de renda fixa e variável. São obrigações convertíveis (títulos emitidos por empresas privadas que podem ser convertidos em ações em determinadas circunstâncias) e ações preferenciais.

Obrigações convertíveis Clássicos. São obrigações que incorporam o direito de convertê-los em ações da empresa em uma data específica. Este direito pode ou não ser exercido, dependendo da decisão do proprietário da obrigação.
Necessariamente convertível. No vencimento da obrigação, o investidor deve convertê-la em ações.
Contingente convertível (CoCos). São obrigações semelhantes às obrigações clássicas, mas caso ocorram determinadas circunstâncias (contingentes) serão automaticamente convertidas em ações.
Ações preferenciais São ações sem direitos políticos que oferecem aos investidores direito preferencial na distribuição dos lucros da entidade. Essas ações não possuem prazo de vencimento, portanto são instrumentos perpétuos, assim como as ações ordinárias.

Agora já deve conhecer os diversos instrumentos que existem, mas já decidiu se vai investir em renda fixa ou em renda variável? Conheça as diferenças entre as duas para ajudá-lo a tomar uma decisão!

3 principais diferenças entre Renda Fixa e Variável

Existem três grandes diferenças entre investir em renda fixa e em renda variável: risco, rentabilidade e tempo.

Risco

O risco pode ser definido como a probabilidade do retorno do investimento ser inferior ao esperado.

Qualquer investimento envolve riscos, e isso inclui investimentos tanto em renda fixa quanto em renda variável.

Riscos assumidos ao investir em renda fixa

O principal risco que existe na contratação de renda fixa é o risco de crédito. Este risco é definido como a probabilidade de o emissor não conseguir cumprir com as suas obrigações de pagamento e, portanto, deixar de pagar o próximo cupão ou mesmo a devolução do principal.

Ao investir em dívida pública, este risco é denominado risco soberano.

Este risco de crédito é analisado, classificado e aceite globalmente de acordo com o rating concedido por três agências de classificação de crédito: Standard & Poor's (S&P), Fitch Ratings e Moody's.

Porém, existem muitos outros riscos que devem ser levados em consideração antes de investir em renda fixa, entre outros:

  • Risco de inflação: Consiste na redução da rentabilidade do seu investimento porque a inflação é superior ao esperado, fazendo com que o seu investimento perca valor ao longo do tempo.
  • Risco de liquidez: Derivado da capacidade de venda deste ativo no mercado secundário de dívida.
  • Risco de mercado: Ocorre quando o preço do seu investimento é reduzido devido a variações nas condições de mercado. Exemplo, devido a um aumento de taxa de juro.

Riscos assumidos ao investir em renda variável

Investir em renda variável apresenta um risco muito maior do que em renda fixa, pois o preço oscila dependendo das condições de mercado e pode implicar na perda total do investimento inicial. Portanto, diferentemente da renda fixa, onde o emissor concorda em devolver o principal com certa rentabilidade, a incerteza prevalece nos investimentos em renda variável.

Rentabilidade

Outro aspecto fundamental para decidir se investe em renda fixa ou variável é a rentabilidade. A rentabilidade de um investimento é a quantidade de dinheiro recebida com base no que é investido. A lucratividade está diretamente relacionada ao risco.

Portanto, quanto maior o risco do ativo que estamos adquirindo, maior será a rentabilidade potencial, sendo historicamente a rentabilidade da renda variável muito superior à da renda fixa.

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Tempo

O tempo é uma das principais diferenças entre os investimentos em renda fixa e os investimentos em renda variável.

➤ Os investimentos de renda fixa incluem uma data de vencimento fixa na qual o emissor concorda em devolver o principal do investimento.

O prazo até o vencimento é proporcional à rentabilidade do investimento e/ou cupões. Portanto, na compra de títulos com vencimento mais longo, é necessário maior rendimento dos cupões e/ou maior desconto no preço sobre o valor nominal.

➤ Na renda variável não existe um período pré-determinado para investimento, porém, o tempo também é uma variável a ser levada em consideração para poder ter acesso a determinados direitos como titulares.

Por exemplo, é necessário possuir ações de uma empresa antes da data ex-dividendo para poder participar na sua distribuição de dividendos.

Portanto, pode-se concluir que existe uma correlação negativa entre a rentabilidade do investimento e o risco assumido. A principal vantagem da renda fixa sobre as ações é o menor risco, e a principal vantagem das ações sobre a renda fixa é o maior retorno esperado.

Investir em Renda Variável ou Renda Fixa - Conclusão

Existem diferenças entre comprar renda fixa e variável em termos de liquidez, segurança e rentabilidade. Portanto, antes de investir em renda fixa ou renda variável, é necessário definir o tipo de investidor que você é com base no tempo, rentabilidade e risco do investimento.

Qualquer investimento tem um risco associado e a sua rentabilidade dependerá do risco que está disposto a assumir.

Depois de definir que tipo de investidor você é, chegará a hora de decidir se deve procurar um risco maior, investindo em renda variável ou se prefere correr menos riscos com uma renda fixa.

Se optar pela renda variável, existe uma grande quantidade de ativos nos quais você pode investir, com diferentes níveis de liquidez e distintas rentabilidades históricas.

Se optar pela renda fixa, é importante ter em mente que a renda fixa não é isenta de riscos. Ao operar com renda fixa você está a comprar dívidas de diferentes empresas ou países e por isso será necessário analisar o risco de crédito deste investimento.

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Perguntas Frequentes sobre Renda Fixa e Variável

O que é melhor, investir em renda fixa ou em renda variável?

Quando toma a decisão de investir não existe uma opção melhor ou pior, vai depender do seu objetivo e da sua tolerância ao risco. A renda fixa proporciona uma rentabilidade mais estável, enquanto a renda variável acarreta maior incerteza e assunção de maior risco.

Qual é a diferença entre renda fixa e renda variável?

A principal diferença entre renda fixa e renda variável é que, no primeiro caso, você costuma comprar dívida do Estado ou de uma empresa, enquanto no segundo caso, você está adquirindo ações emitidas por empresas.

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