Como Negociar Ações da Indústria Automotiva: Dicas Essenciais para 2025
Negociar na indústria automotiva e incluí-la em um portfólio pode ser uma tarefa desafiadora para os traders atualmente. Desde o fim da pandemia, a indústria automotiva, fortemente afetada pelas consequências dos confinamentos, ainda não se recuperou. As razões por trás dessa luta não são segredo, já que grande parte da indústria automotiva parece ser influenciada por taxas de juros acima da média e problemas na cadeia de oferta e demanda.
O que agravou ainda mais as condições de negócio para algumas marcas populares e líderes da indústria automotiva foi a transição para a produção de carros elétricos (EV), que não é tão simples como os legisladores imaginavam.
Neste artigo, veremos como algumas das empresas mais famosas da indústria automotiva estão reagindo ao novo cenário, já que algumas de suas decisões podem impactar seus planos de negociação na indústria automotiva.
Índice
Volkswagen enfrenta dificuldades e lança parceria com a Rivian
A Volkswagen, uma das maiores fabricantes de automóveis do mundo e um membro significativo da indústria automotiva, tem enfrentado dificuldades para se ajustar à nova era dos EVs. Com a economia alemã à beira da recessão há vários meses devido a elevados custos de energia e outros fatores, a fabricante alemã enfrenta problemas adicionais, já que suas ofertas parecem não convencer os consumidores, que optam por outras marcas.
A administração da Volkswagen anunciou que pretende fechar pelo menos três fábricas na Alemanha, demitir dezenas de milhares de trabalhadores e reduzir em 10% o salário dos empregados que permanecerem na empresa. Além disso, a empresa afirmou que as operações restantes serão reduzidas, o que poderá resultar na terceirização da produção de peças para fornecedores externos.
A baixa demanda por carros com motor de combustão interna (ICE) e uma linha de EVs que não consegue competir com os modelos chineses obrigaram a Volkswagen a emitir seu segundo alerta de lucros em menos de três meses. Vale destacar que a empresa alemã nunca encerrou uma fábrica em seus 87 anos de presença no país.
Entretanto, a Volkswagen planeja lançar versões atualizadas de seus modelos ID a partir de 2026. O chefe de P&D da VW, Kai Grünitz, disse aos repórteres que o conceito ID2all será o início desta nova era da VW, "porque os clientes perceberão que houve uma mudança, e uma mudança muito maior do que esperavam". A fabricante alemã também anunciou uma parceria com a Rivian, uma empresa norte-americana de EVs que enfrenta dificuldades financeiras. A parceria visa fornecer tecnologia relacionada a EVs para melhorar a oferta de veículos da Volkswagen.
Desafios econômicos levam a Ford a demitir funcionários
A Ford é outro grande fabricante de automóveis que tem enfrentado dificuldades econômicas nos últimos dois anos e luta para se ajustar às novas condições da indústria em relação aos veículos elétricos. Por isso, a Ford anunciou planos para reduzir sua força de trabalho na Europa em 4.000 até o final de 2027, com a maioria das reduções ocorrendo na Alemanha. Segundo um relatório da Euronews, “os cortes de empregos representam cerca de 14% do total de trabalhadores da empresa na Europa”.
Dave Johnston, vice-presidente europeu de transformação e parcerias da Ford, afirmou: “É essencial tomar decisões difíceis, mas decisivas, para garantir a competitividade futura da Ford na Europa. A indústria automotiva global continua em um período de significativa disrupção enquanto transita para a mobilidade eletrificada.”
O CFO da Ford, John Lawler, escreveu uma carta ao governo alemão pedindo uma política clara que impulsione o crescimento da indústria automotiva. Lawler disse: “O que falta na Europa e na Alemanha é uma agenda política inequívoca e clara para avançar com a e-mobilidade, como investimentos públicos em infraestrutura de carregamento, incentivos significativos para ajudar os consumidores a fazer a transição para veículos eletrificados, melhorar a competitividade de custos para os fabricantes e maior flexibilidade no cumprimento das metas de emissões de CO2.”
Nissan enfrenta dificuldades nos mercados dos EUA e da China
No início de novembro, a administração da Nissan anunciou que vai cortar 9.000 empregos e 20% da sua capacidade global de fabricação como parte de um plano de redução de custos. O fabricante japonês, um dos membros mais fortes da indústria automotiva japonesa, atribuiu os cortes a uma queda nas vendas registradas nos mercados dos EUA e da China no último ano.
A falta de oferta de carros híbridos no mercado americano, bem como a incapacidade da Nissan de enfrentar o crescimento da BYD na China, parecem tornar a recuperação da Nissan uma tarefa difícil. Em contraste com a Toyota, outra fabricante japonesa, a Nissan não conseguiu prever o potencial de venda de carros híbridos no mercado dos EUA, conforme afirmou o CEO Makoto Uchida aos jornalistas.
Além de cortar sua capacidade de produção em 20%, a Nissan comprometeu-se a reduzir o tempo de desenvolvimento de veículos para 30 meses e a aumentar a colaboração com fabricantes parceiros, incluindo a Renault e a Mitsubishi Motors.
BYD ganha espaço no mercado automotivo global
Em contraste direto com as fabricantes mencionadas anteriormente neste artigo, a chinesa BYD tem registrado uma trajetória ascendente graças a uma linha de novos modelos de automóveis, principalmente EVs, que parecem estar alinhados com as necessidades dos motoristas e o poder de compra.
A BYD afirma oferecer “os veículos mais tecnológicos a preços razoáveis”. Se isso é verdade ou não, apenas uma análise aprofundada poderia confirmar. Contudo, é fato que a BYD percorreu um longo caminho nos últimos três anos, passando de uma marca relativamente desconhecida na indústria automotiva local da China para se tornar uma das maiores e mais populares fabricantes de automóveis do mundo. A BYD era apenas uma fabricante de baterias para celulares antes de entrar no mercado de EVs em 2008, parcialmente ajudada pelos fundos de investimento de Warren Buffet, que na época superaram os 200 milhões de dólares. Em 2022, a BYD ultrapassou a Tesla de Elon Musk como a maior fabricante de EVs, com uma produção quase o dobro do tamanho da empresa americana.
No dia 30 de outubro, a BYD anunciou que sua receita nos três meses encerrados em 30 de setembro foi de 201,12 bilhões de yuans (28,24 bilhões de dólares), um aumento de 24% em termos anuais. O valor superou a receita da Tesla, que foi de 25,18 bilhões de dólares no mesmo período. Foi a primeira vez que a BYD superou a Tesla na história das duas empresas. Um em cada dois veículos vendidos pela BYD eram híbridos, enquanto a Tesla vendeu apenas EVs.
De acordo com um relatório publicado por mídia chinesa, a BYD afirmou que lançará uma nova geração de baterias Blade em 2025. Os analistas sugerem que a chamada bateria Blade é uma bateria de fosfato de ferro-lítio menos volumosa, com executivos da BYD mencionando que será mais segura do que outras alternativas no mercado e não entrará em combustão.
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Este material não contém nem deve ser interpretado como contendo aconselhamento de investimento, recomendações de investimento, uma oferta ou solicitação de qualquer transação em instrumentos financeiros. Note que tal análise de negociação não é um indicador confiável de qualquer desempenho atual ou futuro, pois as circunstâncias podem mudar ao longo do tempo. Antes de tomar qualquer decisão de investimento, procure aconselhamento de consultores financeiros independentes para garantir que compreenda os riscos.